segunda-feira, 5 de julho de 2010

Quatro elementos

Uma terra foi criada. E em comparação com a sublimidade do universo não passa de um fragmento de grão de areia que foi repartida mil, senão milhares de vezes. Dela o Criador escolheu nos fazer nascer, e para ela retornaremos se Ele assim quiser. Mas há uma terra melhor, tão excelente quanto o vasto universo-mor que pela dor, Cristo nos deu o acesso que se chama graça, pelo caminho que se chama amor.

Deu-nos o fôlego de vida. Seu vento encheu os pulmões humanos ainda sujos de barro transformando todo este ser, que como um furacão se levantou, a mais excelente e complexa criação, a imagem Dele, como uma grande árvore, mas arqueada pelo peso dos ventos da misericórdia e dos afetos do Pai. Eu me deixo levar nas asas deste vento impetuoso, que me acalma como uma brisa suave.

Há águas abundantes, rios transbordantes, fontes inesgotáveis do néctar pelo qual a vida subsiste. Correm do trono de um Rei. Passam por vales e desertos. Chegam ao coração e renovam as emoções inconstantes. Lava e torna claro o entendimento, graça sobre graça, nunca cessam. Com uma inconfundível pressa desejo beber, mergulhar... Na verdade não é necessário muito esforço, pois se a sua graça é um oceano estamos todos afundando.

Existe um fogo no interior do Amado. Arde em seus olhos, incinera os sacrifícios que por tanto fazermos não aprendemos e ainda lançamos as cinzas sobre nossas cabeças. Ele consome o que quer e como ourives queima meu coração e abrasa meus lábios. Oh! como preciso ser queimado por essas chamas! Labaredas de fogo que derretem meu leito de gelo e vou para os braços daquele que me torna flamejante e brilhante a semelhança Dele, a chama eterna.

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